Vandalizado e pichado, obelisco no Novo Centro agoniza; obra deve atropelar monumento - Paraná da Gente

Vandalizado e pichado, obelisco no Novo Centro agoniza; obra deve atropelar monumento

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Na tarde deste domingo, por volta das 16 horas, casal de morador em situação de rua dormia logo atrás do obelisco posicionado sobre pequena elevação gramada logo atrás do terminal urbano, no novo centro de Maringá. Ao lado do casal, carrinho para recolher recicláveis e dois cachorros. No entorno deles, resíduos de todos os tipos e tamanhos formavam cenário de abandono do local. O próprio obelisco está depredado e pichado. Fato reconhecido pelo município. Em texto disponível no site da prefeitura é informado que “com o passar dos anos o marco sofreu avarias em sua estrutura, tendo sido roubadas as placas comemorativas identificatórias”.

O obelisco, de autoria do arquiteto Claudinei Vecchi, foi inaugurado em dezembro de 1996 para marcar a conclusão da transferência do pátio de manobras da rede e rebaixamento da linha férrea. O monumento é representativo da mobilidade e da convergência de modais e foi construído num momento em que o terminal urbano era só um projeto. A obra foi executada na gestão do prefeito Ulisses Maia, na sequência de uma série de intervenções no espaço que remonta há quase meio século. Seguidos prefeitos contribuíram para retirar o trem do centro e devolver a ocupação do espaço urbano ao cidadão, em que pesem as polêmicas em torno desse processo.

O vandalizado obelisco compõe cenário de abandono de todo o entorno. Mato e lixo são os elementos mais imediatos que se identificam em meio a desocupados, usuários e drogas e pessoas em situação de rua. A área seria alcançada pelo eixo monumental, ousada iniciativa que revitalizaria trecho da catedral até a vila olímpica. Ainda não saiu do papel e permanece como promessa de campanha do prefeito Ulisses Maia. A construção do centro eventos Oscar Niemeyer, obra em fase de licitação no valor de R$ 64 milhões, pode contribuir para a revitalização do obelisco – ou, eventualmente, avançar sobre ele e sepultá-lo de vez.

Em 2017, levantamento do patrimônio histórico da Prefeitura de Maringá apontou a existência de 49 monumentos existentes na cidade. “Neste primeiro momento realizamos o levantamento fotográfico de objetos, bustos, cabeças, efígies, estátuas, obeliscos e painéis. Em uma segunda etapa, será efetuado estudo histórico sobre a autoria e as intenções de produção desses elementos urbanos”, disse a época explica o historiador do município, João Laércio Lopes Leal. Entre esses monumentos estava o obelisco que, a exemplo de outras referências, nunca receberam o cuidado devido.

 

 

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