Mobilizados em campanha salarial, servidores municipais de Maringá foram à assembleia na noite desta terça, 14, já convencidos de que não havia margem para nenhuma paralisação, como insinuou o sindicato da categoria. A reivindicação de 18% de reposição salarial virou 10% e se transformou em 6%, exatamente como propôs a administração municipal. Aliás, a gestão foi bondosa e acrescentou 0,29% pontos percentuais ao apresentado inicialmente, de 5,71%.
O indicativo de greve estava na mesma como resposta a um eventual desacordo sobre percentuais de aumento de salário. Na verdade, a ameaça faz parte do recurso de negociação e, com base no histórico dessa gestão do sindicato nas reuniões inseridas dentro da campanha, nem greve e nem acirramento das discussões em torno do assunto estavam na pauta. Isso porque dirigentes das entidades sempre mantiveram relação harmoniosa com o gestor público
O acordo foi selado ao fim de 35 dias de negociações e quatro assembleias. No combo da reposição salarial também entrou reajuste do vale-alimentação em 11,6% e redução da contrapartida da categoria no benefício, de 16% para 15%. Na prática, a categoria trocou percentual de salarial, elemento sólido que repercute na aposentadoria, por penduricalhos. Com base apenas nessa avaliação, a prefeitura saiu com vantagem da mesa de negociação, para não dizer vendedora.
De acordo com o sindicato, “a proposta analisada e amplamente debatida entre a categoria foi considerada muito aquém das expectativas e do desejado por todos”. Lembrando que o primeiro percentual cobrado pelo sindicato, com aval do servidores dado em assembleia, foi de 18%. “Mais uma vez, a mobilização esbarra nas promessas de Ulisses Maia, que apresentou resistência em avançar em direção de uma real e merecida valorização da categoria”, reconhece o sindicato.