Nova Esperança lidera a produção de bicho da seda no PR

Nova Esperança lidera a produção de bicho da seda no PR, mas veneno ameaça

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Nova Esperança não é, por ocaso, a Capital Nacional da Seda. Considerada a maior produtora da fibra na América Latina, o pequeno município, com cerca de 30 mil habitantes, produz quase 350 toneladas de casulo verde a cada safra. Contribui para que o Paraná responda por 84% do volume nacional do produto, seguido por São Paulo e Mato Grosso do Sul. O Brasil produz 3 milhões de quilos de casulo/ano. O fio de seda brasileiro é reconhecido pela qualidade e amplamente utilizado pela indústria europeia de artigos de luxo.  

 

Mas os sericicultores têm acumulado prejuízos, não apenas em Nova Esperança, mas também em outros municípios, como Astorga, outro importante polo produtor. O problema é a deriva de herbicidas, ou seja, o veneno residual que não cobre apenas as lavouras onde é aplicado, mas avança no entorno.  As amoreiras, cujas folhas são a base da alimentação do bicho-da-seda, são alcançadas por agrotóxicos pulverizados em plantações de grãos por aviões. A contaminação das árvores inviabiliza a utilização das folhas

Nova esperança e Astorga tem queda na arrecadação

Estima-se em R$ 500 mil anuais as perdas acumuladas com as consequências geradas pelos inseticidas em áreas próximas aos bosques de amoreiras. Os agricultores responsáveis pela deriva não ficam impunes. Investigações conduzidas por técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), identificam o autor e abrem procedimento jurídico para comprovar ou descartar o uso irregular de defensivos. Na maioria das vezes se comprova a culpa, mas o processo de reparação é longo e o produtor fica com o prejuízo.

 

O problema normalmente só é identificado pelo sericicultor ao observar mortes de animais. Mesmo em pequenas quantidades, o herbicida derivado das lavouras que chegam às amoreiras é suficiente para causar intoxicação após ingestão das folhas. Além disso, as lagartas são sensíveis a diversas mudanças ambientais, como temperatura (o local onde se desenvolvem, cerca de 11 mil vezes do nascimento à fase adulta) é entre 22 e 27 graus. A situação atingiu nível crítico, a ponto de muitos produtores deixarem a atividade.

Fim da cafeicultura e a busca por nova âncora econômica

O caso da cafeicultura nas regiões produtoras do Paraná no início da década de 1970, por culpa de repetidas geadas, decretou mudanças na matriz econômica e acelerou processos de transição já em curso no estado. O Paraná, até então dependente da monocultura do café, dormiu apreensivo e acordou estarrecido com o resultado do frio intenso: cafeeiros secos, da copa à raiz. Reinventar-se nesse cenário de tristeza e perdas foi a senha para dezenas de municípios redescobrirem outras vocações econômicas. 

 

No caso de Nova Esperança, a atividade que era incipiente, ganhou contornos de produção industrial, mas sem perder as características de negócio familiar. Tanto que a maioria dos 1,5 mil barracões existentes no município são tocados por integrantes da mesma família, que possuem áreas pequenas, em média de 3 hectares, destinadas à produção do bicho da seda, o que inclui o plantio de amoreiras. Outro exemplo de encontro de vocação é Cianorte, que ancora seu desenvolvimento na indústria têxtil.

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