Mobilidade exige tempo, investimento e decisão política, como adoção da tarifa zero para o transporte coletivo

O prefeito eleito, Sílvio Barros, prometeu em campanha duas obras relevantes no âmbito da mobilidade, aspecto da convivência urbana cada vaz mais exigente em atenção e investimentos:  duplicar o Contorno Sul e construir um ‘mergulhão’ sob o viaduto da BR-376, no limite entre Sarandi e Maringá. O futuro prefeito também reconhece que é preciso ampliar as ligações entre os dois municípios, criando novas vias de acesso entre as duas cidade e, assim, retirar a concentração do tráfego no trevo. Sobre o Contorno Sul, a proposta passa por entendimentos com a Copel e Eletrosul para reorganização das linhas de alta tensão que margeiam a via.

Contorno

A concentração das linhas em postes únicos é necessária para abrir espaço e viabilizar a duplicação. Entendimentos nesse sentido já foram iniciados pela atual gestão com as empresas, mas sem avanços significativos. Inclusive, projeto da duplicação foi desenhado e discutido internamente, inclusive com projeção artística de como ficaria a obra.

Intervenção

Mas diversas outras demandas pedem a intervenção do gestor público, como a duplicação da avenida Paranavaí, compromisso também já assumido pelo futuro prefeito, e o prolongamento da avenida Alício Campolina, avançando sobre fundo de vale para alcançar a avenida Mandacaru, finalizando complexo de obras já realizado na região.

Solução

Há diversos outros problemas pontuais, mas não menos relevantes, que pedem a intervenção do gestor público, como a confluência das avenidas São Paulo com JK, região cada vez mais adensada, em função da verticalização da Vila Bosque, sem a contrapartida de solução para o entroncamento das vias.

Retenção

A situação de retenção constante no cruzamento se repete em diversos outros locais da cidade, com trânsito lento não apenas em momentos tráfego mais intenso. Reorganizar as ligações norte/sul e leste/oeste, com vias de deslocamento mais rápido, está entre as demandas exigentes em qualificação técnica dos gestores da área.

Frota

O contínuo aumento da frota de veículos pressiona encontro de soluções para a convivência cada vez mais tensa no trânsito e Maringá abriu mão de campanhas educativas para vigiar o excesso de velocidade e avanço de sinal, com a implantação de radares. Ao assumir em 2017, o prefeito Ulisses Maia se comprometeu em acabar com o que chamava de ‘indústria da multa’

Exaustão

O argumento foi usado à exaustão nos discursos de campanha para se referir ao volumoso número de sistemas eletrônicos de controle de velocidade, que geravam uma montanha de multas. Não só não adotou nenhuma medida contra o modelo, como investiu em mais equipamentos, reforçando o conceito do que prometeu combater.

Futuro

Também resta saber como o futuro prefeito vai tratar as ciclovias, cuja malha foi expandida na atual gestão, ainda que alguns trechos não levem a lugar nenhum e outros, deteriorados, nunca receberam a devida manutenção. Aliás, nesse aspecto, é importante reconhecer os avanços da gestão Ulisses Maia.

Tema

Outro tema recorrente em mobilidade é o fortalecimento do transporte coletivo. Entre muitas demandas está a manutenção e até aumento do subsídio como recurso para manter tarifas baixas. Silvio Barros também incorporou o tema ‘tarifa zero’ no discurso de campanha subordinando o avanço da discussão a estudo econômico detalhado.

Gratuito

“Quem adotou, não se arrepende”, pondera o futuro prefeito, indicando que deve avançar na adoção do uso gratuito do transporte coletivo, o custaria alguns milhões para os cofres públicos, o que exigirá a fonte de recurso para bancar a medida. No entanto, é sabido que, sem subídio, a tarifa hoje estaria acima de R$ 7.