Não causa estranheza a descoberta, pelo Batalhão de Polícia Ambiental de uma extensa área desmatada em propriedades localizadas na região centro-sul do Paraná, nos municípios de Inácio Martins, Guarapuava e Prudentópolis. Estima-se em mais de 400 hectares a área desmatada, o que gerou multa de R$ 4,2 milhões por crimes ambientais. Ano passado, na operação Mata Atlântica em Pé, organizada pelos ministérios públicos de 17 estados, constatou que o Paraná era o segundo em desmatamento.
Importante destacar que o estado incrementou sua capacidade de fiscalização, multiplicando por três as áreas monitoradas – de 53 para mais de 150. Com ampliação do acompanhamento pontual de áreas sujeitas ao desmatamento, o resultado foi um aumento de quase 100%, saindo de 688 hectares desmatados em 2019, para 1,3 mil. Leis proíbem o uso de área desmatada para atividades econômicas, como a exploração agropecuária. Portanto, trata-se de crime ambiental, com comércio ilegal de madeira.
A estrutura de fiscalização para conter e punir crimes ambientais, como desmatamento, foi modernizada no Paraná nos últimos anos, com a adoção, entre outros recursos, do sistema MapBiomas. Trata-se de projeto de mapeamento do uso e cobertura vegetal do país, uma ação colaborativa envolvendo especialistas em biomas e computação para gerar informações georreferenciadas de áreas sujeitas ao desmatamento. O sistema está ancorado na plataforma Google Earth Engine. Mapas são gerados anualmente.
A fiscalização é coordenada pelo Instituto de Águas e Terras e a operação de campo é feita por policiais da Força Verde, corporação especializada na repressão a crimes ambientais. Mas ainda é fundamental o apoio do cidadão, que pode denunciar pelo fone 181 com a certeza da proteção à sua identidade. Foi exatamente isso que aconteceu na operação que incluiu a fiscalização de 40 áreas na região centro-sul do estado. Equipes percorreram dezenas de quilômetros, medindo e comprovando o desmatamento irregular.
Com quase 6 milhões de hectares preservados, o Paraná é o estado que apresenta maior remanescente da Mata Atlântica. Simultaneamente às ações de fiscalização e monitoramento, o governo faz plantio de sementes, por meio de programas desenvolvidos pelos institutos que integram a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo. O Estado tem dezenove viveiros florestais e dois laboratórios de sementes que produzem mudas de mais de 90 espécies nativas.
Cerca de 1,2 milhão de hectares de vegetação são protegidos em 69 Unidades de Conservação do Estado do Paraná. Desse número, 532 mil hectares estão em 15 unidades no Litoral paranaense. Dos 633 mil hectares de cobertura florestal que pertence ao Litoral, 532 mil estão em unidades de conservação. Por isso é tão importante cuidar dessas unidades”, ressalta o diretor de Patrimônio Natural do Instituto Água e Terra, Rafael Andreguetto.