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domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init
action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/paranada/public_html/wp-includes/functions.php on line 6114mfn-opts
foi ativado muito cedo. Isso geralmente é um indicador de que algum código no plugin ou tema está sendo executado muito cedo. As traduções devem ser carregadas na ação init
ou mais tarde. Leia como Depurar o WordPress para mais informações. (Esta mensagem foi adicionada na versão 6.7.0.) in /home/paranada/public_html/wp-includes/functions.php on line 6114
Declarações de prefeitos acuados pela pandemia soam como desabafo diante não da capacidade de cada um em enfrentar a voracidade do vírus, mas da incapacidade de convencer as pessoas a se cuidarem. Não há discurso, números ou argumentos capaz de impedir o descumprimento dos protocolos básicos de prevenção, como contatos físicos.
Melhor: tudo que se fala se mostra tão repetitivo que a sensação é de descontrole. Quem ouve, sabe. Reconhece a importância dos cuidados, mas prevalece clima de ‘saco cheio’, expressão oportuna para definir sentimento de insatisfação com a clausura. Não há margem de segurança fora dos protocolos básicos de prevenção, mas é necessário reconhecer que, sem vacina, os riscos de contágio permanecem.
Vídeos e áudios de gestores públicos são reveladores de momentos tensos, vividos por agentes públicos igualmente expostos, mas com a responsabilidade de tomar decisões, especialmente em relação a medidas de prevenção. Também estão cansados. Julgados por erros e acertos, caminham sobre o fio da navalha contabilizando números – de contaminados e, no extremo, de mortes.
O veredito será dado a partir da perspectiva histórica, quando será adequado fazer o rescaldo de período tão delicado da história. Equívocos, como o negacionismo, a convicção de que a ‘gripinha’ seria debelada e, portanto, não mereceria tanta atenção, talvez se tornarão o tema mais pesquisado.
Há tanto que se aprender com esses tempos exigentes não apenas em prevenção, mas em conhecimento e reconhecimento da fragilidade humana, que todos têm algo a dizer sobre a pandemia. Há sofrimento contido, outros expressos. Quando o gestor público demonstra aparente fragilidade com seu desabafo, demonstra também a faceta humana que o coloca no mesmo nível do cidadão.
Ainda que a responsabilidade seja distinta em função da competência legal de tomar decisões, se igualam na perspectiva de que estão inseridos no mesmo cenário de apreensão e medo. A escuridão torna todos iguais, cegos ou não. Mas não há tolerância. Há pressa. Tempos de extremos, de cobrança. Pouca resiliência. Muita ignorância.
Nesse ambiente de contradições, onde o vírus circula como elemento ameaçador, impondo a individualidade a cada um em contraste com o desejo do coletivo, aceitar que o mundo mudou não é elemento de discurso. É fato que as fragilidades pessoais ganharam dimensão comunitária e o sofrimento alheio, enfim, parece ter sido dividido.
Quando o agente público se manifesta, em tom de lamento e desabafo, expressa o sentimento coletivo de medo. Sim. Ele pode, deve e, principalmente, tem direito de, no extremo da solidão comum a cargos de liderança, ser apenas não o prefeito, mas o cidadão exposto às mesmas tensões de qualquer um.
A igualdade não é um traço da convivência humana. Pela natureza de cada um, a individualidade se sobrepõe ao coletivo, quando o discurso prega exatamente o contrário. Talvez a crueldade do vírus nos ensine a compreender mais o outro e a valorizar a convivência como exigência da felicidade. A entender que somos todos iguais. Frágeis e expostos ao mesmo destino.