O coronel Ademar Paschoal, comandante do 3º Comando Regional da Polícia Militar, fez um desabafo em redes sociais a propósito das críticas severas feitas por jornalistas sobre o trabalho de agentes de segurança na cidade. A reação da imprensa foi desencadeada pelo assassinado da jovem Samantha Campana no centro de Maringá, onde a insegurança se apresenta na forma de desocupados, usuários de drogas, pessoas em situação de rua e prostituição. O militar é reconhecido pela relação amistosa e sempre compreensiva com a imprensa em sua trajetória na corporação, razão do seu incômodo com as críticas, entendida por ele como excessivas. A imprensa e o militar têm suas razões. Não se defende, claro, a ultrapassagem da linha divisória do respeito nas críticas, mas é função da imprensa cobrar e exigir mais investimentos em segurança. Mas é importante reconhecer as limitações de infraestrutura do setor, a começar pelo efetivo miúdo, que não aumenta de acordo com as demandas da cidade e região.
‘Morte’
Lamentável que a senha para a reação dos agentes públicos, ligados ou não a segurança, seja ‘morte’. Sequência de reuniões mobilizam políticos reiterando cobranças cujo atendimento se arrastam há décadas. Agora, um conjunto de medidas serão tomadas para mitigar a insegurança que acua o cidadão.
Resposta
Nesses dias, volume surpreendente de viaturas e policiais se espalharam pela cidade em operações como resposta ao assassinato. A cúpula da segurança pública veio a Maringá e ouvir do prefeito cobrança para mais investimento, em particular no aumento do efetivo. Fez o que tantos outros gestores fizeram, mas sem resultados práticos.
Discurso
Na verdade, há muito discurso e pouca ação efetiva. As chamadas ‘super câmeras’, expressão cunhada pelo ex-prefeito Silvio Barros para definir equipamentos instalados no centro da cidade, volta a ser utilizada pelo atual mandatário. Há quatro anos, foi anunciada pela prefeitura convênio com BRDE para instalação de 1000 câmeras.
Câmera
Em dezembro de 2018, o prefeito Ulisses Maia anunciou protocolo de intenções com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremos Sul (BRDE), no valor de R$ 70 milhões para implantar uma rede de monitoramento por câmeras na cidade. Em 2019 seriam investidos R$ 32 milhões dentro do projeto ‘Cidade Segura’.
Estratégia
“Com um cronograma de trabalho já definido, começando por uma base consistente não apenas no aspecto de infraestrutura física, mas também com software de última geração para proporcionar dados importantes para as estratégias de segurança”, disse à época o coronel Antonio Padilha dos Anjos, então secretário municipal de Segurança.
Responsabilidade
No entanto, sempre é bom reconhecer que segurança pública é responsabilidade do estado e não do município, ainda que reforço na infraestrutura da Guarda Municipal, como fez Maringá, e criação da Secretaria de Segurança, são avanços importantes que merecem lembrança. Mas segurança caminha junto com políticas sociais.