Chegou ao fim não apenas uma árdua luta do setor suinocultor do Paraná e Rio Grande do Sul, mas uma espera angustiante que exigiu extensas negociações, análises técnicas e, principalmente, negociações diplomáticas. Ao obter da Organização Mundial da Saúde Animal os certificados de áreas livres de aftosa e peste suína clássica sem vacinação, os estados e seus setores produtivos entram em nova fase econômica.
“A sanidade é uma prioridade há décadas no Paraná, não apenas em relação à febre aftosa. Nós investimos muito esforço e recursos financeiros para construir um sistema sanitário sólido. Agora estamos colhendo os resultados, com o reconhecimento de que somos capazes de fornecer segurança alimentar para o mundo”, completa o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette.
Exportadores paranaenses e gaúchos do setor de suinocultura, por exemplo, podem aumentar suas vendas acima de 10% ainda este ano, podendo alcançar até 35% em 2022, quando comparado aos volumes embarcados em 2020. “Isto, com a possibilidade de embarques de carne suína com osso e miúdos para o mercado chinês – atual principal importador dos produtos brasileiros”, analisa o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.
Para efeito comparativo, no caso do Rio Grande do Sul, há potencial para alcançar até 293 mil toneladas neste ano, gerando receita de aproximadamente US$ 715 milhões – 86 milhões a mais que em 2020. Em 2022, as vendas gaúchas poderão alcançar 350 mil toneladas, com uma receita cambial estimada de US$ 850 milhões. Como referência, em 2020 os embarques totais do estado alcançaram 261 mil toneladas com uma receita de US$ 629 milhões.
No caso do Paraná, existe potencial para que o estado exporte aproximadamente 145 mil toneladas em 2021, um acréscimo de mais de 5% em relação ao ano de 2020, com receitas estimadas da ordem de US$ 332 milhões. Para 2022, estimativas indicam que poderão ser exportadas 165 mil toneladas com uma receita cambial de US$ 377 milhões.
Juntos, Paraná e Rio Grande do Sul poderão ter receita cambial superior a US$ 1,2 bilhão em 2022, muito acima dos US$ 820 milhões auferidos em 2020.
“Estes estados terão possibilidade de acesso aos mercados mais exigentes do mundo, como é o caso do Japão, EUA, Coreia do Sul, Chile e Filipinas, e este reconhecimento reforça ainda mais a excelência dos serviços sanitários brasileiros, seja federal, estadual ou municipal”, ressalta o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua.
(Com informações da Faep e da ABPA)